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Ir à "casinha", "ali dentro", ao WC ou à casa de banho é, também, um eufemismo para designar o que é hoje o mais privado dos actos. Algo que, mais do que privado, foi outrora camuflado. Como tudo o que é humano, também aqui há uma longa história.
Quem visitar o Museu dos Coches deve prestar uma atenção especial à carruagem de D. Filipe II: não só por ser a mais antiga da colecção (século XVII) mas também devido a um pormenor: sob o assento um buraco abre directamente para o chão. Este permitia ao rei aliviar-se durante as suas viagens longas e fastidiosas pelas estradas poeirentas ou lamacentas da época.
A primeira banheira antes de Cristo
Este é só um episódio da velha e complicada relação entre uma das mais básicas necessidades do corpo humano e a civilização. Temos de recuar, pelo menos, a vestígios do vale do Indo datados de 3000 anos antes de Cristo ou ao mítico palácio de Cnossos, na Ilha de Creta, mais de um milénio anterior à era cristã - e que inclui a mais antiga banheira conhecida - para percebermos que os nossos antepassados começaram a preocupar-se muito cedo em criar condições próprias para satisfazer as suas necessidades fisiológicas. Aliás, os vestígios de instalações sanitárias encontrados nestes dois locais fariam inveja ao século XIX.
Mas avancemos e fiquemo-nos pelo Império Romano. Tal como os gregos, os romanos também tinham latrinas públicas e privadas, em grande quantidade, e era proibido fazer despejos na via pública. As latrinas colectivas ligam-se ao esgoto urbano e têm cerca de vinte lugares. Cada um deles possui muretes de cerca de 80 centímetros que serviam para apoiar os braços e separavam o utilizador do seu vizinho - não se pode dizer que a privacidade fosse grande, pelo menos para os nossos critérios.
O sistema de escoamento das águas era sofisticado e permitia que estas instalações se mantivessem razoavelmente limpas. E - coincidência incrível -, tal como hoje, estas eram os alvos preferenciais dos autores de "graffiti". Claro, nas inscrições a giz e a carvão encontradas, não consta terem sido descobertas frases como "Luís love Joana", "Abaixo os profes" ou "És parvo"...
istema do "água vai"
Chegada a Idade Média, vão desaparecendo os antigos aquedutos e redes de esgotos. O calcetamento das ruas e a captação das águas são um problema sério. De Edimburgo a Lisboa, passando por Paris ou Londres, o sistema do "água vai!" causa toda a espécie de cenas, sobretudo se quem passa não for rápido o suficiente ou se quem entorna o bacio se esquece de avisar da descarga. As ruas das cidades enchem-se de imundícies, entre dejectos humanos, animais, lama ou restos de cozinha. As latrinas públicas diminuem muito e há instalações nas casas senhoriais e nos conventos.
Nos castelos são escavadas em pedra - no Paço de Guimarães quer no Palácio Real de Sintra são construídas "privadas". De resto, as latrinas particulares são muito raras e precárias: fossas a céu aberto. E até ao século XX, em muitos países europeus, ainda anda uma carroça pela manhã, com o respectivo pregão a anunciar a sua passagem, para que as criadas de quarto deixem os bacios na rua.
O século XVII é rico em histórias sobre os hábitos de higiene (ou falta dela) nas grandes cortes europeias, mas há exageros. O palácio de Versalhes tem pelo menos uma centena de casas de banho (assim chamadas, devido às banheiras). Nesta época abundam as sanitas disfarçadas de cadeiras. No palácio de Luís XIV um inventário real regista 264 destes "meubles odorants". E na mesma época em que Filipe II de Portugal se passeia no seu coche com uma abertura sob o assento, o Rei-Sol usa a sua retrete pessoal como um trono: ali dá audiências, recebe embaixadores, faz anúncios. Só que as sanitas vão sendo cada vez mais disfarçadas.
Um modelo muito popular em França será o "Voyage aux Pays Bas", título de diversos volumes de uma obra que escondia a função verdadeira do móvel. E a função do corpo humano que se tornará a mais privada de todas.
Mas para que a higiene sanitária chegue aos moldes que hoje conhecemos é preciso entrarmos no século XIX. Em Inglaterra inventam-se modelos com dispositivos sofisticados, as "water closets" - WC - feitas em porcelana e ligadas ao esgoto geral. Tal como na antiga Roma. Apesar de tudo, mais sofisticado. E a casa de banho de hoje é um lugar cada vez mais asséptico. Cujo conforto e grau de sofisticação, em restaurantes ou discotecas, é sinal de prestígio. Diz-me que casa de banho tens, dir-te-ei quem és...
Texto publicado na edição do Expresso de dia 3 de Janeiro de 2009.

Casas de Banho
Casa de banhos era uma casa que ficava no dique natural do Porto do Recife em Pernambuco, onde atualmente se encontra o Parque das Esculturas de Francisco Brennand e o Farol do Recife.
Foi construída em 1880 por Carlos José de Medeiros, próximo a antiga Ponte Giratória e no início do Século XX foi bastante frequentada pela sociedade recifense, que para ali se dirigia para tomar banho salgado em suas piscinas naturais.

História
A autorização inicial de construção, dada pelo governo, foi para a construção de uma residência sobre o dique.
Algum tempo depois, o proprietário iniciou sua exploração comercial, transformando-a em uma hospedaria, considerada para fins medicinais. Seu nome oficial era Grande Estabelecimento Balneário de Pernambuco, nome este que não caiu no gosto do povo, que a chamou de Casa de banho.
Em 1902, possuía cinco banheiros, que permitiam o uso simultâneo de 350 pessoas, 102 compartimentos próprios para a toilette dos banhistas, um grande salão de refeições, duas salas, um gabinete de leitura e outras dependências. Um sistema de proteção feito com cabos de aço contornava a piscina e impedia os banhistas caíssem no mar. A Casa de Banhos propriamente dita consistia numa edificação de madeira, onde funcionavam um bar e restaurante.
Os proprietários moravam numa dependência do próprio estabelecimento, até mesmo depois da morte do Sr. Medeiros, que chegou a ter uma filha nascida naquele local. Logo após o estabelecimento foi adquirido pelo inglês Sydney Rodhes, que modificou suas instalações e aumentou o preço cobrado pelos banhos. Isso fez com que o Governo de Pernambuco modificasse sua tabela de preços, tornando obrigatório o banho gratuito de 5 doentes da Santa Casa de Misericórdia por dia.
Em 1920 a Casa de banho foi destruída por um incêndio.
Atualmente, restaurada, funciona como um restaurante turístico.